Com sorriso largo me ponho a pedalar. É cedo. Na trilogia do semáforo, o tráfego é vazio. A liberdade segue a luz do dia e a chegada é o Hyde Park. Um parque cuja a história passa pelas caças e ousadias de Henrique VIII, pelo Puritanismo de sua fortificação, pelo palco da Grande Exibição de 1851 – The Crystal Palace, pelos protestos do passado e grandes shows de Rock do presente. Hyde Park foi pioneira na iluminação de estradas no Reino Unido e o parque é ainda o lar espiritual da tradição democrática britânica – aos domingos, desde que o direito de liberdade de reunião foi reconhecido, em 1872, o Speaker’s Corner é o palanque do povo. Mas acima de tudo o parque ecoa lazer.
Em direção a Piccadilly, o Green Park é o pequeno-notável dos parques, ele é o menor dos Parques Reais. O tradicional caráter britânico em conservar o legado de sua história é a saga de suas glórias. Próximo ao Green Park está localizada a chapelaria mais antiga do mundo, James Lock & Co Ltd. Fundada em 1676, a chapelaria continua a funcionar sob direção da mesma família. Na aristocracia do passado não usar um chapéu era um ato de rebeldia. Na classe subversiva de hoje, o chapéu é a rebeldia.
Desafiando o tempo e espaço, existimos aqui e lá. Desde o inicio ao infinito – palavras, sentimentos, lirismo. Londres está de bandeiras ao vento, é verde e amarela – a cor é Brasil. . E ao som do rufar dos tambores e o arrepiante som da cuíca, Trafalgar Square foi Brasil. A expectativa, cria da nostalgia, alimentou a euforia pela Copa. É a chance clara de gritar gol – em ‘Terras Brasilis’, e sentir a “nossa vida no teu seio mais amores”.
Depois de apoteótico começo de jogos, fui buscar o novo que é efêmero. Na Crypt Gallery, um coletivo de artistas emergentes do curso de Belas Artes da Universidade de Portsmouth apresenta os seus trabalhos de colação de grau, curta temporada. A exibição pART3/3 – de natureza diversa, vai desde distorções da imagem de uma figura pública – Margaret Tatcher humanizada em forma de esqueleto desenhada em uma pedra, a escultura geométrica como reinvencão dos seres e coisas ou a promoção da terapia na vida humana. A galeria localizada na cripta da igreja faz da Arte Contemporânea tão underground quanto necessária. “Aqui Jaz As Belas Artes’, é o manifesto do grupo contra o fechamento de cursos de artes nas universidades. “ Eu quero ser o que eu era quando eu queria ser o que eu sou agora”, The Fat Fox, Portsmouth.
Até breve!
Ao Pé de Londres, turismo à sua medida.