No ícone de sua cor, os ônibus cortam a cidade em seu emaranhado de CEP’s. No olhar atento, contemplado de surpresa, às vezes nos perdemos. Outras vezes nos achamos – afiados e brilhantes. Londres é um mapa de segredos e um sopro de lembranças – múltipla, fragmentada, única e incomparável. “Vivo no quase, no nunca e no sempre…e por um triz escapo. “, Clarice Lispector.
Na trilha sonora dessa Babel delirante, o pulso pulsa forte. Em Piccadilly Circus, aos passos da multidão, Anteros é mundanamente confundido com Eros – a estatua é um símbolo da filantropia do Conde de Shaftesbury para com os pobres. E como “todo artista tem de ir aonde o povo está”, atravessar os seus vários cruzamentos é encontrar um palco de cantores, mágicos, músicos, dançarinos e bailarinos. Circus, a céu aberto.

Anteros em Piccadilly Circus
Londres hipnotiza com o espetáculo de sua história – da superfície ao subterrâneo. Há 21 afluentes do rio Tâmisa e do rio Lea que com o crescimento da metrópole foram transformados em aquedutos subterrâneos. O maior deles é o rio Fleet. Em sua homenagem, foi batizada a rua Fleet Street, endereço conhecido como o celeiro dos grandes jornais britânicos até 1980. Das letras, as palavras fluem!
Pedalar por Londres pode ter seus desafios mas é impossível resistir aos seus mais belos ângulos e encantos. Há uma grande quantidade de ciclovias na cidade. Se preferir o bucólico dos parques, a ciclovia de Regent’s Park oferece grande diversão. O serviço de aluguel de bicicletas é prático, rápido e barato – acesso de 24 horas por £2.00 e o acesso de 7 dias por £10. A vida passando no guidon de uma bicicleta.
Das suas colinas suaves, Londres se revela. Abra se por inteiro a frente do espelho de sua arquitetura. Reflita. Altere se com o diminuto raio de sol que fecunda as páginas do cotidiano. Aprecie a vastidão de seu horizonte. Onde pisas, o rastro vive!
“De repente, estou só. Dentro do parque, dentro do bairro, dentro da cidade, dentro do estado, dentro do país, dentro do continente, dentro do hemisfério, do planeta, do sistema solar, da galáxia — dentro do universo, eu estou só. De repente. Com a mesma intensidade estou em mim. Dentro de mim e ao mesmo tempo de outras coisas, numa sequência infinita que poderia me fazer sentir grão de areia. Mas estar dentro de mim é muito vasto.” Caio Fernando Abreu.
Acredite, fui a Londres e não passei no Piccadilly Circus… É porque aproveitei um dia em que estive em Paris e fiz esse bate e volta. Londres que me espere! 🙂 Um dia capricho no roteiro. Seu blog será de grande ajuda.
Abraço!
Olá Alessandro…muito obrigado!
Eu espero poder sempre trazer Londres bem mais próxima dos leitores.
Londres é isso…desejo de querer voltar…sempre! E quando voltar…Ao Pé de Londres estará pronto a lhe ajudar.
Abracos!