Pela força de sua fascinante distração, Londres permite um estado de admiração e paixão – “o verdadeiro mistério do mundo é o visível e não o invisível”, Oscar Wilde. E com os olhos fitados no explícito e frenético instante, à mercê das mais belas obras de sua composição singular e plural, Londres é substancial. Esse duplo aspecto paradoxal preenche-nos o tempo do vazio da pressa. Pare e inspire Londres.
Na tradução fugaz e elegante de sua simetria envolvente e superfície polida de glórias, desnude se da breve percepção do que se vê ou é – “to be or not to be”. Londres vive da comunhão dos abstratos, da interação entre as partes. É do seu pulso cosmopolita que vibra criação. Criação anistiada pela tradição.
Em plena liberdade já conversei com o tempo e inebriado nesse devaneio fui buscar um cheiro clássico de sua história. Próximo a Piccadilly, a Jermyn Street guarda criações – e “não há verdadeira criação sem segredo.”, Albert Camus. É uma rua de clássicos puramente nostálgicos.
A Penhaligon’s foi fundada (1872) em uma era de excessos and extravagâncias. A primeira fragrância foi inspirada pelo vapor provindo das Saunas Turcas (Turkish Baths ). Hoje apresenta se com um lindo apelo vintage e romântico. Uma cadeia de aromas pela cidade.

Penhaligon’s, Regent’s Street.
A centenária Floris, um bastião das fragrâncias, fundada em 1730 é a loja mais antiga do Reino Unido a vender produtos de higiene e cosmético e é dirigida pelos descendentes do primeiro proprietário. A marca oferece 4 coleções: Fragrância Masculina, Fragrância Feminina, Coleção de Clássicos e Coleção Privada. Um banho de Floris!
E pelas ruas anônimo e seguro na contemplação do sublime mergulha te no que vê. Sinta o cheiro da chegada, procure o reflexo da reputação reservada e do tradicional requinte britânico. Leia os desenhos da cidade. Observe todas as direções. Fique atento ao vertical. Viva Londres altiva!
E dessa memória, o cheiro será sempre saudade.
Ao Pé de Londres, turismo à sua medida.